quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Se o Tempo Voltasse... / Como eu já fiz tão pouco

 

Se o tempo voltasse
eu terminaria de pintar o seu retrato
que destruí antes de finalizar
daria um lugar ao menino carente
que não tinha aonde ir
na noite escura e fria
mataria a saudade
dando um alô para você
quando me machucou
e expressaria o perdão
que lhe dei no meu coração
só para aliviar a sua culpa

se o tempo voltasse...
eu aceitaria você
 debaixo do meu guarda-chuva
e escutaria com carinho
seus sussurros ao meu ouvido
dizendo as palavras de sempre 
ou não dizendo nada
só pra lhe agradar
faria uma prece pra você ainda em vida
no momento em que me fez chorar
e enviaria a carta que não escreví
achando que tudo tinha acabado

Se o tempo voltasse
eu não seria talvez, o que sou agora
 teria outros momentos
para recordar
bons e ruins assim como  hoje
 recordações diferentes,
atitudes diferentes
 perdões e arrependimentos...
eu não saberia, nesta roda viva como evitá-los

 Muitas coisas mudariam em mim, 
se o tempo voltasse...
apenas, seria  impossível 
eu ser diferente na minha assência
porque ela nasceu para ficar

IreneDuarte


 Retrato de Graciliano Ramos
desenho a carvão sobre papeI
IreneDuarte iduarth

 José Manuel Brazão
  
Irene identifiquei-me muito com o seu poema!
Sobre este tema escrevi em tempos um poema numa altura em que Mário Brois partilhou aqui momentos da sua Vida!
Tenho muito gosto em deixar à Irene e um dia destes voltarei a colocá-lo na Casa!
Beijos do ZÉ

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Escrevi este poema recentemente e depois de ler dois capítulos da Vida Mário Brois acho que fiz muito pouco em relação a ele que desde muito novo passou momentos lindos de amor, mas sobretudo sentiu que a Vida não é tão fácil assim!
Sofreu, sorriu, lutou e eis ele aqui junto de nós como uma alma pura, serena e evoluída!
Relendo o meu poema decidi dedicá-lo ao Mano Mário, por um gesto de humildade da minha parte,  porque afinal pensei que já tinha feito muito na Vida e COMO EU JÁ FIZ TÃO POUCO!
Abração do ZÉ

Como eu já fiz tão pouco...


Perante os meus olhos
vejo o que não quero ver,
uma Vida com muito por viver
parecendo que quase tudo
passou por mim, mas não!

Observo o que me rodeia
e vejo nos outros,
aquilo que não sei.

Páro, sereno a mente
ouço a voz do meu coração
dizendo para continuar
esse caminho
que parece não ter fim;
olho para trás
muitos anos vividos,
olho para a frente
e não sei quantos mais serão!

E nesta mistura
de ideias, pensamentos
e sentimentos
apenas sinto
como eu já fiz tão pouco...

José Manuel Brazão












4 comentários:

  1. E cá estou... rrss
    Mais uma vez agradeço a sua gentileza!
    Beijo do ZÉ


    http://poesiacomemocoes.blogspot.com/

    http://nocaminhodasemocoes.blogspot.com/

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  2. Zé, o prazer foi todo meu em postar o seu poema. Muito obrigada pela visita. Beijo
    Irene

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  3. Uma união de poetas e textos que encantam parabéns.

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  4. Fábio, que bom, você aqui no meu blog...Te estimo muito e agradeço tua presença e gentil comentário. Espero, brevemente chegar até lá, para ler-te e comentar. Beijo, Irene

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