Compor uma poesia, é como pintar um quadro: todo o sentimento, toda a emoção, ficaram lá , quando ele foi terminado. No máximo, tudo se dilui gradativamente, até perder a força inicial, geralmente, em poucos dias. Impossível guardar através da vida, tudo o que se sentiu ao produzir uma obra de arte.
Sentir sempre a mesma emoção ao contemplar os quadros pintados através dos anos, 300, 500, 1000 trabalhos, ninguem suportaria. Com a poesia, é a mesma coisa; a vida seria um inferno, revivê-la com a mesma intensidade do momento da composição.
É muito comum as pessoas se emocionarem ao observar especialmente uma obra de arte. Acontece quase sempre que o autor da mesma, fica como simples espectador do momento; sem saber algumas vezes, o que dizer ou explicar, até porque não tem graça nenhuma dar explicações. A emoção agora, é do outro, porque a do artista já passou.
Das poesias que venho registrando aqui, só uma até agora, é recente, porque nas outras, eu já fui!!...
A propósito... já enviei para alguém, um poema totalmente impróprio e constrangedor: era uma pessoa amiga e eu estava apenas testando as ferramentas do Orkut. Só percebí a besteira, vários dias depois e tarde demais...rsrs, Não percebí antes, porque aquele poema, através dos anos, ficou sendo para mim, um texto comum.
Enfim, reviver o passado, só para distrair um pouco, brincar um pouco, corrigir alguns erros, rir do momento que passou e até de mim mesma (o que já é muita coisa), porque ninguem é de ferro...
FUI!!...
Concordo com a senhora, Dona Irene. Essa impossibilidade de manter a mesma sensação do momento de criação da obra. Acredito que quando o artista cria seja um momento em que ele se conecte com o que há de divino no universo, e nessa hora surja essa compreensão mística, esse insight que se revela através da arte. Infelismente não nos é possível manter essa conexão com a divindade por muito tempo, o êxtase provocado levaria o artista à loucura realmente.
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