O analfabeto político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
(Bertolt Brecht, dramaturgo alemão).
- Para quem tem uma boa posição social, / falar de comida é coisa baixa. / É compreensível: eles já comeram.
Bertolt BrechtBertolt Brecht. (10 de Fevereiro de 1898 – 14 de Agosto de 1956) foi um influente dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.
- Não conseguireis desgostar-me da guerra. Diz-se que ela destrói os fracos, mas a paz faz o mesmo. .
- Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem.
- A vida é curta e o dinheiro também.
- Temam menos a morte e mais a vida insuficiente.
- Apenas a violência pode servir onde reina a violência, e / apenas os homens podem servir onde existem homens.
- De todas as coisas seguras, / a mais segura é a dúvida.
- Primeiro vem o estômago, depois a moral.
- Um homem tem sempre medo de uma mulher que o ame muito.
-O que não sabe é um ignorante, mas o que sabe e não diz nada é um criminoso.
- Quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso!
- O amor é a arte de criar algo com a ajuda da capacidade do outro.
- A confiança pode exaurir-se caso seja muito exigida.
- Perante um obstáculo, a linha mais curta entre dois pontos pode ser a curva.
- Miserável país aquele que não tem heróis. Miserável país aquele que precisa de heróis.
- Pão e um gole de leite são vitórias! / Um quarto quente: uma batalha vencida! / Para te fazer crescer / Devo combater dia e noite.
- Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la.
Ah! Desgraçados!
Um irmão é maltratado e vocês olham para o outro lado?
Grita de dor o ferido e vocês ficam calados?
A violência faz a ronda e escolhe a vítima,
e vocês dizem: "a mim ela está poupando,
vamos fingir que não estamos olhando".
Mas que cidade?
Que espécie de gente é essa?
Quando campeia em uma cidade a injustiça,
é necessário que alguem se levante.
Não havendo quem se levante,
é preferível que em um grande incêndio,
toda cidade desapareça,
antes que a noite desça.
Bertolt Brecht
O USO DAS PALAVRAS OBSCENAS
Desmedido eu que vivo com medida
Amigos, deixai-me que vos explique
Com grosseiras palavras vos fustigue
Como se aos milhares fossem nesta vida!
Há palavras que a foder dão euforia:
Para o fodidor, foda é palavra louca
E se a palavra traz sempre na boca
Qualquer colchão furado o alivia.
O puro fodilhão é de enforcar!
Se ela o der até se esvaziar: bem.
Maré não lava o que a arvore retém!
Só não façam lavagem ao juizo!
Do homem a arte é: foder e pensar.
(Mas o luxo do homem é: o riso).
Bertolt Brecht
AULA DE AMOR
Mas, menina, vai com calma
Mais sedução nesse grasne:
Carnalmente eu amo a alma
E com alma eu amo a carne.
Faminto, me queria eu cheio
Não morra o cio com pudor
Amo virtude com traseiro
E no traseiro virtude pôr.
Muita menina sentiu perigo
Desde que o deus no cisne entrou
Foi com gosto ela ao castigo:
O canto do cisne ele não perdoou.
Bertolt Brecht